Documentário militante, feito na época dos grandes movimentos gays que buscavam reconhecimento (Race d’Ep é uma gíria francesa que significa pederasta ou homosexual). Apesar de ter sido realizado com poucos recursos, o filme é longe de ser considerado amador. Baseado nos textos do escritor e filósofo Guy Hocquenghem, é uma reconstrução cinematográfica da centenária história gay e lésbica. Divide-se em quatro partes: Le temps de la pose, Le Troisième Sexe, Sweet Sixteen in Sixties e Royal Opera. O primeiro episódio conta a história do Barão Wilhelm Von Gloeden, fotógrafo alemão do século XIX, pioneiro na fotografia homoerótica.O episódio seguinte explora o nascimento de um conceito para categorizar uma sexualidade considerada desviante. “Sweet…” enfoca a revolução sexual ocorrida na década de 60 e a disseminação das práticas e sociabilidades relacionadas ao universo homosexual. O último episódio é uma crônica de um longo flerte em Paris, encenada pelo ator pornográfico Piotr Stanislas e Guy Hocquenghem. O filme foi censurado na época por ser considerado imoral e escandaloso, mas graças ao apoio de intelectuais como Michel Foucault, Roland Barthes, Gilles Châtelet e Gilles Deleuze pode ser distribuído e projetado sem grandes cortes.
