Você certamente já olhou para as estrelas e pensou o quanto tudo é tão relativo na sua (in)significância. Pois é disto que trata o filme. Imange o encontro entre o maior cientista e o maior mito sexual do século, e tente achar o elo perdido entre eles. Imagine que ele está sendo pressionado a depor frente a um certo comitê por um senador inescrupuloso. Imagine ainda que ela se sente sozinha no meio de tantas pessoas. Mas voltemos um pouco – até o ponto em que ela pára em cima de uma grade de ventilação. A saia ergue-se e revela suas pernas. Ao mesmo tempo. Em seu quarto de hotel, ele, cabelo eriçado e vasto bigode, tenta encontrar a forma do universo. A insignificância de Nicolas Roeg não dá respostas – antes, sugere uma porção de coisas. O trabalho de edição deste filme é notável – há cenas intercaladas do Japão, da bomba atômica e do passado de cada personagem. Tudo remonta a tudo. As imagens se articulam como um jogo. Mas não se preocupe em decifrá-las..
