Um dos filmes exibidos no Festival Internacional de Cinema de Lacarno (Suíça), tem no elenco a participação de imigrantes brasileiros no Japão. Saudade, produção independente do diretor Katsuya Tomita, foi filmado em Kofu (Yamanashi) e conta a história do personagem Takeshi que encontra emprego nos canteiros de obras, onde conhece imigrantes de vários países.
A partir desse relacionamento, o japonês desenvolve uma rejeição com os trabalhadores estrangeiros, mesmo aqueles descentes de japoneses que emigraram para o Brasil no passado.
Takeshi faz parte de um grupo de hip-hop e tem de lidar com seus pais que perderam seus negócios e se tornaram viciados em jogos de azar. A obra procura mostrar como o Japão tem sido afetado pela recessão, com pessoas perdendo seus empregos e suas esperanças, criando tensões entre as comunidades. E pessoas tentando serem ouvidas, usando a música para denunciar esta situação.
A maioria dos nikkeis mostrados no filme já não estão mais no Japão. Segundo matéria do jornal Correio do Brasil, Katsuya Tomita conhece a grande comunidade brasileira, que vivendo fechada num enorme gueto, pode sobreviver mesmo sem saber falar o japonês.
Aborda também a questão educacional das crianças que estudam em escolas “nas quais os filhos dos imigrantes brasileiros não aprendem o japonês e são, assim duplamente marginalizados, por não poderem se integrar, o que acaba por reforçar a discriminação de que são alvo por parte da fechada sociedade japonesa”, diz a resenha.
